Someone who should bite her tongue!
Eu, paulista - da Capital, mas tive o prazer de morar em Joinville- SC, e em Niterói - RJ. Nesse suposto 1/3 de vida, sendo otimista na perspectiva de quem fuma, bebe e se emociona, pude conhecer boa parte desse lindo e judiado país. Das salinas em Cabo Frio, às dunas de Maceió. Do tamarindo em Goiás à seriguela em Sergipe. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Ceará, Alagoas, Minas Gerais, Goiás, Paraíba. Desse vasto país percorri aproximadamente a metade. De avião, ônibus, navio, carro e - pasme - Pau de Arara. Duvidam? Façam o trajeto Aracaju- Itabaiana - Frei Paulo - Alagadiço e tentem chegar de outro meio... Sugiro que usem tênis confortáveis se decidirem desprezar esse meio de transporte...
Sim, este texto vai ficar imenso, mas maior é minha indignação, para usar uma palavra querida daqueles que se autodenominam intelectuais... Se você, pobre leitor, já está entediado, pare e se contente em ter a fisionomia daquele professor de geografia do colégio a embalar seu sono esta noite.
32 anos - Clichê: muito bem vividos. Com todos os enganos e acertos que a vida oferece, lágrimas, gargalhadas, vitórias e decepções. E uma vontade de ser um ser humano melhor, hoje mais do que ontem e menos do que amanhã.
Advogada - Formada há 10 anos, com a OAB devidamente regularizada, recebida menos de 1 ano após a formatura. Antes disto uma das melhores alunas do Objetivo, turma de 1991. Uma das melhores classificações no vestibular daquele mesmo ano. E a melhor aluna de direito civil no 5º ano da faculdade. Meu QI? É alto, graças a Deus e a pais que sempre me incentivaram a pensar!
Ruiva- Tingida. Por causa dos cabelos brancos.
Gestora em um banco americano recém-vendido a um Banco brasileiro -Há 11 anos. Em Central de Atendimento. Onde cresci como profissional, como pessoa. Onde terminei minha faculdade, fiquei fluente em inglês, aprendi a liderar um grupo de 20 pessoas e respeitar a diversidade de todos conceitos e formas de interação possíveis. Onde aprendi que pessoas disponíveis para servir são raras e que o maior ativo de uma empresa é o talento humano.
Leitora - Desde os 6 anos de idade. Li Chapeuzinho Vermelho, passando por Horas Alegres, Marcelo-Marmelo-Martelo, O Caso da Borboleta Atíria, O Mistério do 5 Estrelas, Música ao Longe, Capitães da Areia, Dona Flor, Tocaia Grande, Mar Vermelho, São Bernardo, Vidas Secas, Memórias Póstumas de Brás Cubas, O Alienista, Dom Casmurro, O Primo Basilio, O Ateneu, O Cortiço, Olhai os Lírios do Campo, O Príncipe, Dom Quixote, O Morro dos Ventos Uivantes, Senhora, Éramos Seis, Feliz Ano Velho, Crônica de uma Morte Anunciada, Romeu e Julieta, O nome da Rosa, entre outros.
Citei Jorge Amado, Maquiavel, Graciliano Ramos, Marcos Rey, Miguel de Cervantes e Eça de Queiroz entre outros gigantes da literatura, mas não posso esquecer de outros gigantes, da poesia, como Drummond, Vinícius de Moraes, Manuel Bandeira e Bilac...
1. Penso que a definição do que é bom ou ruim é subjetiva, e que as pessoas que sentem-se qualificadas para definir que "isto" é melhor do que "aquilo" são na melhor das hipóteses arrogantes.
2. Cultura não é sinônimo de inteligência, e menos ainda de boas maneiras.
3. No momento de formação universitária as faculdades deveriam ser obrigadas a incluir uma matéria com o nome sugerido de "ética das relações humanas".
Tudo porque uma professora do meu marido, que cursa o 8º semestre de jornalismo, disse que Harry Potter é uma merda...
É uma velha pedra no meu scarpin de salto agulha... Juristas de um modo geral, tendem a enxergarem-se como semideuses, e a seguir como os próprios deuses a medida que caminhamos em direção à instâncias mais altas. Profissionais que tratam-se por doutor tenham ou não feito doutorado podem ser classificados como tudo, menos humildes.
Assim também são muitos professores universitários. Percorrem o caminho da sala dos professores à sala de aula como se descessem do Olimpo para compartilhar suas dádivas de verdades absolutas com os meros mortais! Não tenho, nem poderia ter a pretensão de discutir a qualificação da citada professora para formar comunicadores, mas me pergunto, porque ela se sente qualificada para classificar esta Obra ou qualquer outra de merda...
Merda por quê? De acordo com que parâmetros? Por que uma opinião pessoal deveria tornar-se senso comum?
Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Kardec ensina que na dúvida sobre o que deve ser respeitado como boa comunicação mediunica, devemos considerar a opinião da maioria. Ele não fala das massas cultas, mas somente das massas... Penso que raras vezes esse ensinamento foi praticado fora dos círculos de estudos espíritas (e mesmo, talvez, dentro deles...).
Têm razão? Não sei, penso que não. Penso que cada um sabe com o que alimentar sua alma, e com essa afirmação acabo de citar Paulo Coelho. Outro taxado de lixo literário por quem se acha capaz de avaliar o gosto alheio.
Não deveria ser qualificado como positivo tudo aquilo que faz você sorrir, torcer, refletir, se emocionar? Pessoalmente não ouço funk music, mas para quem vive no morro não é positivo alguns minutos longe da crueza do dia-a-dia? Ou alguém acha que sexo, drogas e violência que rolam nessas festas não rolam em maior escala quando não se tem música alta e coreografias elaboradas para ocupar a mente e o tempo? Também não gosto de programas de auditório, mas será que alguém que não sabe soletrar "problema" vai descansar a mente assistindo uma peça do Plínio Marcos?
Ah tenham dó! Se alguém já teve o prazer de escutar um daqueles velhinhos sem dentes e analfabetos de qualquer fazenda, de qualquer estado do Brasil falando de sua história de vida sabe que sabedoria não tem nenhuma ligação com aquilo que acostumamos a chamar de "coisa cabeça".
Leio Harry Potter porque acho divertido, criativo, envolvente. Lia para rir, nos últimos livros o riso se tornou mais raro e lágrimas realmente brotaram desses olhinhos delineados. Não vou discutir sobre o mérito de uma obra que faz adolescentes largarem o MSN para ler um livro de 700 páginas, isso me parece óbvio. Não vou abordar críticas religiosas, assim como certos profissionais, líderes religiosos também tendem a agarrar-se a dogmas, e quem vai querer discutir com quem se acha representante da divindade na terra? Tenho coisas melhores a fazer - ler Harry Potter, por exemplo.
Não quero ter razão, mas faço questão de ter a minha opinião respeitada, e não ser classificada como alguém de cabeça vazia seduzida pelo apelo da mídia. Leio Harry Potter. Gosto de novela, leio Paulo Coelho, Agatha Christie e Jane Austen. E daí? Assisti Dois Filhos de Francisco e adorei. Li o Senhor dos Anéis, as Brumas de Avalon e chorei quando assisti Ghost. Aliás tenho o DVD deste último, assim como de Flashdance, Grease e Procurando Nemo. Ouço Aerosmith e Bom Jovi. Adoro Star Wars. Também amei Cinema Paradiso, O carteiro e o Poeta e O Auto da Compadecida. Da mesma forma que bebi cada palavra dos livros supracitados e ruminei por horas a fio o que seriam olhos de ressaca... Da mesma forma que ouço Mozart, Vivaldi e Chopin, Sinatra, Jude Garland (não só ouço, como entrei na igreja em meu casamento ao som de Somewhere Over the Rainbow), Chico Buarque e Tom Jobim.
Se sou melhor que Dona Professora? Não acho. Sou apenas diferente. Graças a Deus!
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