Só um desabafo...
Quem me conhece a mais tempo sabe que eu passei por um susto enorme com a Julika em junho deste ano, quando ela foi castrada por alguém que não fez a sutura corretamente e acabou infeccionando tudo, os pontos romperam, o intestino dela saiu para fora, ela teve septicemia e quase morreu.
Foi preciso muito tratamento, remédios (até de aidético), carinho, preces, dedicação, grana, noites sem dormir, papinha de fígado, etc, para que ela se recuperasse milagrosamente.
No fim, eu e minha família estávamos exaustos, fisicamente e emocionalmente, mas quem nos conhece sabe também o quanto essa cadelinha significa para nós...
Ela foi um presente da minha amiga Taiz, quando eu ainda morava sozinha e passava por um momento difícil. Veio com 40 dias, de barriguinha rosa, olhinhos brilhantes, dentinhos afiados e uma alegria infinita.
Logo se tornou a luz da minha vida, e mais ainda, se tornou o dodói do vovô e da vovó, que iam visitá-la no apartamento para que ela não se sentisse sozinha, davam suco de laranja lima, banana cortadinha e muito, muito carinho.
Nesta época a Ju era minha companheira, eu chegava tarde do trampo e ela estava lá no maior pique correndo atrás da bolinha pelo corredor às 3 da manhã, e depois ficava lutando boxe com o vidro do chuveiro até eu sair do banho, quando finalmente deitava no meu peito e lambia minha cara até dormir...
Mesmo assim ela sempre foi maluca pelo meu pai. Quando ela ouvia o barulho do elevador só faltava se desconjuntar toda de tanto abanar o rabo!
Quando eu voltei a morar na casa dos meus pais ela grudou de vez nos avós, dormia com meu pai a noite toda, vinha para o meu quarto depois do café e ficava com a vovó durante a tarde.
Quando me casei ela passou a ficar com a avó de manhã também, Eu senti muita falta, mas tive que concluir que quando eu e o Edu mudarmos para nosso cantinho, seria uma crueldade levá-la conosco. Ela sente a minha falta, mas sei que sente ainda mais a falta do vovô e da vovó... Por isso procuro deixá-la cada vez mais independente de mim, para que não sinta tanto minha ausência queando eu me mudar. O resultado? Ela rosna para mim se eu tento sentar na cama do meu pai, ou abrir a trava do carro, e lógico que isso dói, mas é melhor que doa em mim do que nela...
Lendo esse relato dá para imaginar o que representou para todos nós quase perdê-la há poucos meses... Imagine o que estamos sentindo ao descobrir qie agora ela está com um tumor de pele na orelhinha, quase na base do crânio... A vet disse que é tranquilo, é tirar fazer a biópsia, se for benigno beleza, se for maligno a própria cirurgia que congela o local já é o tratamento, depois é manter observação constante...
Legal, vamos ser otimistas, mas querem saber? Não consigo imaginar um bom motivo para vê-la passando sor de novo. Amanhã fará um hemograma e um exame de função renal, depois entra na anestesia geral para a cirurgia, a recuperação é de mais ou menos 20 dias... Podem me chamar de exagerada, mas não consigo acreditar que ela vai passar por tudo isso de novo!
Aprendi a confiar em Deus, e antes de perguntar por quê tento perguntar para quê Ele está permitindo que isto aconteça, que lição quer nos ensinar? Porque ela que é tão pequena e indefesa? Gostaria muito de compreender, porque estou certa que não é em vão, mas pelo jeito o motivo está acima da minha capicidade espiritual de entendimento. Não se trata de revolta, é dor mesmo, cansaço, desânimo...
Tomara que entendendo eu ou não o motivo de tudo isso, Deus tenha paciência comigo e poupe minha Juju de mais sofrimento...
É isso, não sei como terminar este post.
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